Mulheres afegãs em protesto
Embora já possam trabalhar, sair sem burca ou sem a companhia de um homem da família, a supremacia masculina permanece imutável na sociedade afegã, e a opressão feminina continua muito forte mesmo depois de 9 ano fora do controle do Taliban.
A situação das mulheres em todo o Afeganistão é extremamente complicada. A religião e a cultura afegã, principalmente o grupo étnico pashtun, não permite que as mulheres tenham propriedades em seu nome, ou saiam na rua sem a burca. Ainda criança, a menina já é prometida em casamento, normalmente a um homem bem mais velho, que pode dar à sua família um bom dote. A muitas recém-casadas é vedado o contato com o exterior, durante muitos meses, inclusive com suas famílias, para que se adaptem à nova família.
A mulher, que não aceita fazer sexo com o marido, é surrada e pode sofrer queimaduras de cigarro. . Em hipótese alguma, a sociedade afegã considera que haja estupro por parte do marido, em relação à esposa. Ela é propriedade dele e deve servi-lo sempre. O divórcio ou a morte do marido é considerado a coisa mais vergonhosa, que pode acontecer a uma mulher.
Os filhos masculinos são muito valorizados, e ter muitas filhas é sinal de infortúnio. Uma afegã morre a cada 27 minutos por problemas relacionados à gravidez.
Moralistas radicais estão sempre de olho nas mulheres, podendo lhes jogar ácido no rosto, se concluirem que estão sendo imorais, ou apedrejá-las até a morte. Tal atitude é considerada legal pela sociedade.
“Não se pode menosprezar a coragem das mulheres afegãs, que suportam uma sucessão de guerras intermináveis, a pecha de indesejáveis, casamentos forçados, maridos e sogras tiranos, a prisão imposta pela burca, a proibição de estudar e trabalhar, assim como a proibição de fazer parte da história de seus país. Elas precisam que o resto do mundo olhe para elas” – escreve Deborah Rodriguez.